Olho o rio e sinto-me só... desamparada e invisível para quem por mim passa, pensando na sua própria vida.
As folhas brancas chamam por mim como velhos amantes de uma vida de mim esquecida mas não lhes sei responder, perdida como ando de mim mesma... O sol põe-se, no seu manto brilhante de arco-íris, e em mim nasce vida, nascem palavras tão velhas como o próprio Mundo, nascem demónios que me atiram com violência para essas mesmas folhas brancas, sedentas de tinta, sedentas do próprio sangue que me corre nas veias e que grita no silêncio do meu quarto palavras incompreensíveis, murmúrios de mim que não sei escrever nem pensar, só sentir, perseguidas nos meus sonhos pelas páginas ainda brancas no meu ser magoado e frio.

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