Gritos solitários na vastidão da noite escura, gritos de dor na imensidão do nada absoluto. Caminhamos lado a lado mas não nos vemos, como caminhassemos sós... não temos quem nos lave o sal das lágrimas derramadas nas feridas abertas, lancinantes.
Dói, dói muito... estamos todos sós, neste mundo perfusamente povoado de criaturas estranhas, iguais a nós próprios no exterior mas dolorosamente diferentes no âmago.
Perdi-me há tempos atrás... não sei onde pois ainda não me consegui encontrar...Dói, dói muito... queremos gritar, libertar o grito quente que nos queima a garganta mas não sabemos já como fazê-lo... não temos já quem nos liberte da dor da existência sem sentido.
Engulo as lágrimas, sorvo o sangue, o meu sangue que brota qual rio da nascente da ferida aberta no meu peito ensanguentado... A minha estrela, nascida do meu ventre e posta lá no céu do sol poente, chora de dor, por me ver assim sozinha, abandonada de mim mesma e sente-se só também, de não ter por companhia as estrelas suas irmãs, nascidas dos ventres maternais de todos os outros que choraram antes.
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