Não fujas... não fujas da tua vida, dos pesadelos, não optes pela saída mais fácil ou pelo caminho mais curto.
Fica, aqui, comigo, nos meus braços, no meu coração. Aconchega-te em mim, eu protejo-te com carinho e doçura como nunca antes ningué te guardou...
Fica, aqui, não vás para longe que sinto a tua falta, falta do teu peito, falta dos teus braços que tão suavemente me rodeiam.
Não queres ficar? aqui? dentro do meu coração e da minha alma. Prometo que de mim ninguém te tira, que te protegerei e acarinharei como nunca ninguém fez... De certeza que queres fugir, acabar com a tua vida? preferes mesmo o descanso da negritude eterna? não devias, é um lugar frio em que nem mesmo o nada faz sentido e de onde nunca poderás voltar.
Fica, fica comigo... eu escondo-te nos meus braços que, se deixares, poderão nunca mais te deixar, dá-me a tua mão, ou as duas, deixa-me aconchegar-te aqui, naquele sítio que nunca se desliga pois comanda a vida, anda... está quentinho aqui dentro, sabes? e não é um local fechado, tem mil portas e janelas, é um porto de abrigo seguro se quiseres que o seja...
Sempre que não estás tenho saudades tuas...
Vem... vamos deixar que as nossas almas se enleiem, protegendo-se mutuamente do mundo.
É nos teus lábios que me perco e me encontro... é nos teus braços que sossego e me revolto... são os teus olhos que desejo e repudio...
Vem... abraça-me, beija-me, olha-me olhos nos olhos, detem-te nos contornos de nós dois...
Vem... vem amar-me, vem ser estando, porque não há pior que ser e não estar ou estar e não ser.
Acaricia-me a pele, beija-me os lábios... possui a minha alma...
Os beijos que não me dás cortam-me os lábios, os teus braços que não me rodeiam quebram-me os ossos, os olhares que não me deitas queimam-me a pele, o teu amor que não chega destrói-me a alma...
Pára! descansa um pouco e olha à tua volta... De que foges, meu querido? De ti?, de mim?, de nós? ou será que foges do teu próprio medo? Não tenhas... não te farei mal...
Vem, descança nos meus braços, deita-te na minha alma e sossega o teu coração nas suas asas de sonhadas... Sonha, sonha o mundo; sonha o verde e o azul; sonha que as portas que se fecharam atrás de ti com o tempo, se reabrem e te deixam entrar em jardins encantados até então desconhecidos. Não seria bom? adormecer e ficar para sempre num qualquer mundo, concebido numa tarde chuvosa? poder descansar nas asas de um anjo adormecido?
Porque foges? e porque não me deixas entrar no teu sonho?
"-Fica comigo!" são as palavras que não me ouves dizer; um beijo é aquilo que não recebes de mim; o meu amor é aquilo em que não reparas mas o meu coração dou-to eu... por favor não o deites fora, fica com ele junto ao teu ou então dá-mo de volta mas não o pises, por favor... Sê gentil com ele, ao mesmo tempo tão pequeno e tão cheio de tudo...
"Não estás"
Quando a solidão invade os meus pensamentos
E sombras frias sobre mim a vaguear
Quando aqui perdida não te acho
O silêncio não pára de gritar
Quando o medo penetra lá no fundo
E as saudades se espalham pelo ar,
Quando o amor se torna surdo e mudo
E o teu ser insiste em não voltar...
É nesse instante que fechada no meu espaço
Que a loucura ameaça visitar,
Sinto, sofro e morro mais um pouco,
Sempre que não estás, não vens, não voltas p'ra ficar.
Trinity
Estou vazia, vazia de sentir, vazia de cheirar, vazia de tocar, vazia de pensar, de amar. Estou sim completamente cheia das lágrimas que não correm, do tempo que passa sem passar, da vida que acaba sem nunca começar.
Não sinto, apenas pressinto como se um pensamento fosse um olhar, como se um olhar fosse um gesto e um gesto um sentimento.
Sabes quem sou? talvez até possas imaginar o que sou mas um dia ouvi-te "se não te conheces, se não sabes quem és como podes sequer pensar em ajudar os outros?" mas aqui tens a resposta, a resposta é que nunca sabes quem nem o que és mas não podes deixar que a tua incerteza consuma a tua vida, a tua esperança e que ela evite que ajudes aqueles que amas.
Mas tu não sabes o que é amar, pois não? sabes o que é ser amado, eu amei-te!és um idiota, um nada!! a ti, que um dia amei acima de tudo, não resta senão o meu ódio... não tens mais nada, volta de onde vieste! quem me dera que não tivesses nascido, quem me dera que nunca te tivesse conhecido, que nunca te tivesse deixado matar o meu coração e fechado o meu cofre.
Odeio tudo em ti! tudo! Nunca te verei mas para sempre te pressentirei dentro de mim, destruindo aos poucos tudo o que com tanta dificuldade e dor... porquê? porquê eu? porque tinhas de me matar antes mesmo de nascer para a vida...
Circunscrever a memória
na lentidão do sofrimento
imagens rápidas onde as mãos
brincam juntas nos dias de chuva
que vida para alem de ti?
Maria Oliveira
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Só não te digo adeus,
porque sou agnóstico.
nukin
Posso aninhar-me no quentinho? Entre a tua alma e coração?
Não tenho lugar algum onde descansar este meu ser, dolorido, pisado, magoado mas no entanto esperançoso... Podias aconchegar-me no teu peito, de onde brota a tua doçura ou no recondito mais escondido da tua alma, onde me pudesses guardar com carinho e doçura.
Preciso de um lugar assim, semi-inventado, semi-real onde curar as minhas feridas...
Por isso te pergunto, tens aí um lugar para mim? para as minhas feridas? e dores também? E para o verde dos meus olhos será que tens lugar? porque os meus olhos, os meus pequenos espelhos da alma, quando vêem transformam-se. Metamorfoseiam-se num qualquer ser nunca antes visto mas sempre sentido, como coração vivo do mundo, do mundo de cada um de nós sem excepção...