sexta-feira, outubro 10, 2003


Os beijos que não me dás cortam-me os lábios, os teus braços que não me rodeiam quebram-me os ossos, os olhares que não me deitas queimam-me a pele, o teu amor que não chega destrói-me a alma...
Pára! descansa um pouco e olha à tua volta... De que foges, meu querido? De ti?, de mim?, de nós? ou será que foges do teu próprio medo? Não tenhas... não te farei mal...
Vem, descança nos meus braços, deita-te na minha alma e sossega o teu coração nas suas asas de sonhadas... Sonha, sonha o mundo; sonha o verde e o azul; sonha que as portas que se fecharam atrás de ti com o tempo, se reabrem e te deixam entrar em jardins encantados até então desconhecidos. Não seria bom? adormecer e ficar para sempre num qualquer mundo, concebido numa tarde chuvosa? poder descansar nas asas de um anjo adormecido?

Porque foges? e porque não me deixas entrar no teu sonho?
"-Fica comigo!" são as palavras que não me ouves dizer; um beijo é aquilo que não recebes de mim; o meu amor é aquilo em que não reparas mas o meu coração dou-to eu... por favor não o deites fora, fica com ele junto ao teu ou então dá-mo de volta mas não o pises, por favor... Sê gentil com ele, ao mesmo tempo tão pequeno e tão cheio de tudo...