quinta-feira, dezembro 29, 2005

"O Amor é o Amor"


O amor é o amor - e depois?
Vamos ficar os dois
A imaginar, a imaginar?

O meu peito contra o teu peito
Cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
Há todo o espaço para amr!

Na nossa carne estamos
Sem destinos, sem medo, sem pudor,
E trocamos - somos um? Somos dois? -
Espírito e calor!

O amor é o amor - e depois?


Alexandre O'Neill

terça-feira, dezembro 20, 2005

My sunshine and my rain


Your fingers taste like magnets
they suck on my tongue
begging for forgiveness

and you rise up your defenses
by hunting down my flaws
searching where it weakens

and you're crazy when you think
that I will let you in
my sunshine and my rain
the thoughts I hide away
from all the world to see

you threaten me with curses
throw black cats to my face
but I'm not supersticious

like you could know someone
by knowing what they've done
but no one is that simple

and you're crazy when you think
that I will let you in
my sunshine and my rain
the thoughts I hide away
from all the world to see

and you're fool enough to hope
that you could ever really know
my sunshine and my rain
the thoughts I hide
from all the world to see
No you just can't take that from me

David Fonseca

segunda-feira, dezembro 12, 2005


"O rapaz aproximou-se dela para perguntar sobre o Alquimista.
Então foi como se o tempo parasse, e a Alma do Mundo surgisse com toda a sua força diante do rapaz. Quando ele olhou para os seus olhos negros, os seus lábios indecisos entre um sorriso e o silêncio, compreendeu a parte mais importante e mais sábia da linguagem que o mundo falava, e que todas as pessoas da terra eram capazes de escutar nos seus corações. E isso era chamado Amor, uma coisa mais antiga que os homens e o próprio deserto, e que, no entanto, ressurgia sempre com a mesma força onde quer que dois pares de olhos se cruzassem como se cruzaram aqueles dois pares diante de um poço. Os lábios finalmente resolveram dar um sorriso, e aquilo era um sinal, o sinal que ele esperou sem saber durante tanto tempo na sua vida, que tinha buscado nas ovelhas e nos livros, nos cristais e no silêncio do deserto.
Ali estava a pura linguagem do mundo, sem explicações, porque o Universo não precisava de explicações para continuar o seu caminho no espaço sem fim. Tudo o que o rapaz entendia naquele momento era que estava diante da mulher da sua vida e, sem nenhuma necessidade de palavras, ela devia saber disso também. Tinha mais a certeza disso do que de qualquer outra coisa no mundo, mesmo que os seus pais, e os pais de seus pais dissessem que era preciso namorar, noivar, conhecer a pessoa e ter dinheiro antes de se casar. Quem dizia isso talvez nunca tivesse conhecido a Linguagem Universal, porque quando se mergulha nela é fácil entender que existe sempre no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio de um deserto ou no meio das grandes cidades. E quando estas pessoas se cruzam, e os seus olhos se encontram, todo o passado e todo o futuro perdem qualquer importância, e só existe aquele momento, e aquela certeza incrível de que todas as coisas debaixo do Sol foram escritas pela mesma Mão. A Mão que desperta o Amor, e que fez uma alma gémea para cada pessoa que trabalha, descansa e busca tesouros debaixo do Sol. Porque sem isto não haveria qualquer sentido para os sonhos da raça humana."

Paulo Coelho

in
O Alquimista

terça-feira, dezembro 06, 2005


Por vezes sinto ainda o teu cheiro colado no meu peito, as tuas mãos no meu corpo, os teus beijos na minha alma.
Vou ter, de novo, que desligar o coração, apagar de mim tudo aquilo que fomos, aquilo que poderiamos ter sido não tivesses tu abandonado tudo o que sou e te dei por inteiro...

Se os meus beijos, as minhas carícias não tinham já o fulgor de antes, não era por não te amar mas antes porque tudo em mim gritava que algo estava errado, que também tu e os teus braços não tinham o calor de antes, não tinham já o amor que me juraste ser eterno e o qual acreditava piamente ser verdadeiro e meu.
Fugiste, não sei quando nem para onde, talvez para os braços de outra, e deixaste-me. Sem teres coragem para mo dizer julguei-te ocupado com a vida tão mais cheia que a minha pelas responsabilidades deste mundo em que ambos entrámos, embora separados e diferentes.

sábado, dezembro 03, 2005


As lágrimas cobrem-me a face na dor de não te ter... cada facada tua arde-me no peito com a intensidade de uma super-nova... teus lábios que antes me beijavam com tamanha doçura são agora cinza de uma memória que queima os meus como quem bebe veneno... teus braços que também de mim se apartaram, apertam-me agora a carne, quebram-me os ossos e a tua língua, que um dia tão belas palavras me ofereceu, queima-me como se de gasolina acesa se tratasse.

Um dia, quando olhar para trás, para todos vós, rir-me-ei de dentro para fora... todos me ouvirão e saberão que, apesar de ainda terem lugar na minha memória que não são senão fantasmas ridículos, cobardes e derrotados como nunca fui.