domingo, outubro 30, 2005


Por vezes sinto ainda o teu cheiro colado no meu peito, as tuas mãos no meu corpo, os teus beijos na minha alma.
Vou ter, de novo, que desligar o coração, apagar de mim tudo aquilo que fomos, aquilo que poderiamos ter sido não tivesses tu abandonado tudo o que sou e te dei por inteiro...

Se os meus beijos, as minhas carícias não tinham já o fulgor de antes, não era por não te amar mas antes porque tudo em mim gritava que algo estava errado, que também tu e os teus braços não tinham o calor de antes, não tinham já o amor que me juraste ser eterno e o qual acreditava piamente ser verdadeiro e meu.
Fugiste, não sei quando nem para onde, talvez para os braços de outra, e deixaste-me. Sem teres coragem para mo dizer julguei-te ocupado com a vida tão mais cheia que a minha pelas responsabilidades deste mundo em que ambos entrámos, embora separados e diferentes.

segunda-feira, outubro 03, 2005


Nunca pensei como seria viver sem medo de te perder. Olho agora para trás, para aquele medo, aquele terror que me consumia, veias, carne e tudo e vejo, agora, com clareza que nunca te perdi nem te perderei passámos apenas para a próxima fase, para o patamar em que o encantamento nos chama de longe, nos mostra em sonhos que não somos dois, somos somente um espírito dividido em duas caracaças caminhando para a descoberta, para na hora da morte, onde seremos unos outra vez conhecendo um pouco mais do mundo e de nós mesmos.
Às vezes, na minha pobre condição de corpo perecível, tenho pena de não nos podermos juntar, alma e corpo, neste mundo terrível de mágoa e solidão mas depois, quando a noite cai sobre mim, sinto-nos em uníssono... os teus braços, a tua pele sobre a minha e descanso então no veludo carmim de seres em mim.