quarta-feira, novembro 24, 2004


Fecho os olhos, cheiro o sangue... ideias de outrora povoam meus sonhos sem nunca se porem a descoberto... sinto e choro mais um pouco, olho e o sangue é dos meus olhos que corre, é a minha vida que de mim se abandona. Farta... farta de esperar, farta de lembrar, farta de estar farta.
Aos poucos, a vida que de mim corre inunda o chão, inunda o mundo, liberta-se de mim apesar de nunca ter sido minha de todo.

Queria dizer o que sinto, queria mostrar quem sou... fecho-me pensando que me mostro, choro pensando que rio, fujo pensando que me encontro. O grito, sempre preso no fundo da garganta, sufoca-me as palavras, sufoca-me o coração encurralando-o... Descansar talvez sob as asas de um anjo, de alguém que nos proteja e tenha como seu. Pergunto-me, quando sufoco e finalmente adormeço, onde estou, porque me fizeste assim... morta, desajustada do céu e da terra, perdida em mim como tu de nós, naquilo que nunca chegamos a ser.

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