Todas as noites, naquela altura em que os sonhos ainda não te invadiram mas em que já não fazes parte da realidade do teu dia-a-dia, me estendo na minha cama, sem ti a meu lado e penso "É desta. Já não aguento mais, não quero viver, não quero sentir, não te quero amar.". E já só adormeço depois de derramado um mar, um mar de lágrimas que se vai acumulando ao longo do meu pesaroso dia-a-dia e que só na calada da noite, na escuridão e solidão que ela me oferece, encontra caminho para fora de mim. Cada lágrima detida inunda-me o espírito, a alma, o coração. "Não sei como aguentar mais um dia"-penso.
Mas afinal a vida é isso mesmo. É apenas um dia que se segue a outro e, por mais surpresas e coisas novas, a vida é sempre a mesma.
E é por isso mesmo que, quando acordo depois de adormecer exausta (de tanto chorar), assim que acordo é apenas outro dia e como uma criança que dá os seus primeiros passos, aprendo todos os dias que afinal basta pôr um pé à frente do outro e andar, basta viver cada dia como um só e não olhar para trás.

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